sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Amigos especiais

No dia 13 de maio, fiz uma reportagem para o Jornal Opinião sobre um trabalho desenvolvido pela Pousada do Au-Au na Apae de Encantado. O projeto é conhecido como Cão Terapia.


Ricardo Walter com o dog alemão, Zeus


Tão logo os cães Zeus e Lucky ingressaram na quadra esportiva da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Encantado, na tarde de segunda-feira (9), a reação entre os alunos foi de surpresa e curiosidade pelo que vinha pela frente. Comandados pelos adestradores Ricardo Walter e Rudimar Bombassaro, o Rudinho, Zeus, um robusto Dog Alemão preto, de seis anos, e Lucky, um Golden Retriever de pelagem dourada, de quatro anos, proporcionaram uma atividade diferente e, provavelmente, inesquecível para aquelas pessoas especiais. “Os cães gostam da presença de vocês e querem bastante carinho para brincar com vocês”, anunciou Walter na chegada.

Durante duas horas, os alunos puderam interagir com os animais de várias formas, através do toque, da condução pela guia, de brincadeiras com bolinhas e da execução de técnicas de adestramento. A atividade logo repercutiu entre as professoras. “Os alunos adoraram, saíram mais alegres, sem medo”, constatou Vivian Possamai. “Um aluno estava com receio de deixar a sala para ver os cães, mas depois até passeou com um deles. Foi maravilhoso”, avaliou Maquiele Rampanelli. “Queremos ser parceiros na divulgação deste projeto”, garantiu a diretora da Apae, Roseliane Tolio.

Rudinho com o Golden Retriever Luke

Proposta pioneira

O trabalho é conhecido como Cão Terapia e ensaia os primeiros passos no Rio Grande do Sul. Conforme Walter , que é proprietário de uma escola de adestramento em Encantado, a atividade é pioneira no Estado. “Conhecemos algumas ações em São Paulo, Santa Catarina e no Rio de Janeiro. No Hospital de Clínicas, em Porto Alegre, houve um começo, mas não evoluiu”, diz.

A terapia com cães lida diretamente com o contato do animal com o paciente. Os benefícios, segundo Walter, são imediatos e reconhecidos por profissionais da área médica. “Aumenta a autoestima da pessoa, desenvolve ação calmante e antidepressiva, e pode reduzir o consumo de medicamentos”, relata. “Também diminui a ansiedade, a pressão sanguínea e cardíaca, e o estresse, além de melhorar a capacidade motora e o sistema imunológico”.

Interesse de familiares

Conhecidos pelas apresentações de adestramento de cães em feiras da região, Walter e Rudinho ficam impressionados com o interesse de pais em buscar a aproximação do animal com os filhos. “Após os shows, os pais nos procuram e pedem permissão para o filho passar a mão no cão. Queriam sentir essa emoção”, conta Rudinho. “A partir disso tivemos a ideia de pesquisar mais sobre o assunto e iniciar um projeto de Cão Terapia no Vale do Taquari”.

Crianças brincando com Luke

Treinamento dos cães pode durar até um ano

A Escola conta com 10 cães treinados para o trabalho de Cão Terapia, das mais diferentes raças, desde um Rottweiler de 60 quilos, um Pastor Alemão e até um pequenino Pinscher. Antes de estar habilitado para se aproximar das pessoas, o animal passa por uma fase de treinamento que pode durar até um ano. “Para estar apto, o cão não pode ter nenhum tipo de agressividade, a fim de não colocar em risco a integridade física das pessoas”, explica Walter. De acordo com Rudinho, os animais passam por seis testes específicos para serem considerados aptos, entre eles, suportar a pressão de, por exemplo, um aperto na orelha ou uma puxada mais forte na guia. “O cão não pode reagir quando sentir dor”, salienta o adestrador.

Continuidade do projeto depende de patrocínio

A preocupação agora é definir uma empresa patrocinadora para que a proposta possa se sustentar . “Nosso plano é levar os animais para escolas, grupos de idosos, hospitais. “Imagine uma pessoa acamada, por exemplo, recebendo a visita de um cão, certamente, poderá ajudar no tratamento”, revela Walter . “O cão não está preocupado se a pessoa é especial ou normal, se está doente ou não. Ele não faz diferença. Ele tem uma energia calma, boa, que vai ser transferida para o paciente”, completa Rudinho.

Matéria foi destaque na última página do Opinião

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