A 8ª Bienal do Mercosul, que acontece em Porto Alegre, e segue até o dia 15 de novembro, conta com obras que destacam o Vale do Taquari. Os trabalhos de Mateo López, Oliver Kochta e Tellervo Kalleinen estão no espaço Cadernos de Viagem.
O Cadernos de Viagem consistiu em distribuir pela região do Rio Grande do Sul nove artistas cujas práticas habituais envolveram a viagem, a paisagem e/ou o trabalho com comunidades. Cada um deles realizou uma rota específica durante três semanas, em média, deixando que a experiência da viagem, a paisagem e as interações sociais e/ou culturais ditassem o caminho pelo qual foram desenvolvidos os projetos.
Mateo Lópes na região Alta do Vale do Taquari
O artista Mateo López percorreu no mês de junho, de bicicleta, a cidade de Ilópolis e municípios da Rota Caminho dos Moinhos. Ele investigou a história do pão, sua manufatura e sua importância na constituição sócio-cultural da região. Participou de oficinas de farináceos na Oficina de Panificação do Complexo Arquitetônico do Museu do Pão e ministrou oficinas de desenho.
A obra que resultou de sua experiência na região esteve em exposição no Museu do Pão, em Ilópolis, até dia 31 de julho. Parte do interesse artístico de Mateo López está associado a projetos que incorporam o ato de viajar, em que a realidade desses deslocamentos e da experiência vivida adquire forma e testemunho através de anotações, desenhos e maquetes, transformando a prática do desenho em linguagem e registro. O artista internaliza o desenho como sua maneira de explorar o mundo e representá-lo. Em sua obra, o desenho é ampliado em suas possibilidades. Na Bienal, Mateo apresenta o trabalho: “Notas de Campo”.
Oliver Kochta e Tellervo Kalleinen em Teutônia
O trabalho colaborativo de Oliver Kochta e Tellervo Kalleinen se une por meio da performance, iniciando-se no ano de 2003 com seu projeto Summit of Micronations. Nele, os artistas aprofundaram o tema das micronações, cujas comunidades - físicas e/ ou virtuais - não se enquadram no reconhecimento político habitual. A dupla propôs uma troca entre essas comunidades com estatutos e convicções de vida diferentes do comum. Suas obras fazem constantemente uma observação taxonômica da sociedade. Nelas, a ficção adquire um papel protagonista, na qual, apesar do senso de humor, refletem sobre assuntos tão profundos como a pertença e a identidade que tem o ser humano.
Na Bienal, os artistas apresentam o trabalho: “Coro de queixas de Teutônia”. O trabalho foi feito em colaboração com a comunidade coral de Teutônia, que os reúne com a premissa de fazer audíveis suas queixas em forma de um “coro de queixas”. Em exposição encontra-se um vídeo documental que registra a performance realizada na cidade.
*C/ informações Bienal do Mercosul
Confira algumas fotos que fiz no sábado com o celular (por isso não estão com muita qualidade)